8ª Edição
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“A música Portuguesa, à janela, a gostar dela própria” é o projeto vencedor da 8.ª Edição do Prémio Maria José Nogueira Pinto que visa ir, de norte a sul do país, ao encontro das pessoas, e em particular dos mais velhos, para lhes oferecer um espaço onde podem ser ouvidos, numa altura em que as palavras de ordem são o recolhimento domiciliário e a distância social.
O projeto foi distinguido pelo júri do Prémio como sendo a iniciativa que melhor corresponde ao conceito de “socialmente responsável na comunidade onde nos inserimos”, defendido por Maria José Nogueira Pinto, num ano em que, mais do que nunca, somos chamados a pensar no coletivo.
Desde o início da pandemia que a Associação “A música Portuguesa a gostar dela própria” tem ido ao encontro dos idosos, nas suas aldeias, nas janelas ou nos quintais de suas casas, em busca de canções, romances, contos, práticas sagradas e profanas, música, dança e também gastronomia. Este exercício de recuperação de memórias contribui para a estimulação cognitiva e para que se sintam acompanhados e valorizados, constituindo uma forma de combater o isolamento e a solidão, levando alegria a quem está isolado há várias semanas. Por outro lado, o projeto contribui ainda para a coesão social através da construção de um registo de todo o património de tradição oral e de uma memória coletiva existente no país.
Com o Prémio, o projeto “A música Portuguesa, à janela, a gostar dela própria” , que até agora atuava principalmente no Município de Poiares, vai poder estender-se a outras regiões de Portugal, chegar a mais pessoas, a mais idosos que se encontram isolados e a mais lugares onde se sabe haver ainda património humano, de tradição oral, que nunca foi registado e que corre o risco de desaparecer para sempre.
O Júri decidiu atribuir ainda quatro Menções Honrosas aos seguintes projetos: “Dress a Girl - Missão 2020/2021”, da Associação Dress a Girl Around the World Portugal; “Inovação e Sustentabilidade em Saúde Social no Envelhecimento (ISSSE): o Serviço Móvel de Saúde (SMS)”, da Santa Casa da Misericórdia de Marco de Canaveses; “As crianças contam” da Associação Sociedade do Bem e “Reshape Ceramics” da APAC Portugal - Associação de Proteção e Apoio ao Condenado.
Nesta 8.ª Edição, o Prémio Maria José Nogueira Pinto contou com 67 candidaturas validadas, de projetos inseridos em várias áreas de intervenção social, provenientes de instituições privadas de vários pontos do país, incluindo ilhas.
Este Prémio é atribuído, anualmente, com o valor pecuniário de 10.000€ ao Grande Vencedor e 1.000€ a cada uma das Menções Honrosas. Instituído em 2012, pela MSD Portugal, o prémio pretende distinguir o trabalho desenvolvido por pessoas, individuais ou coletivas, que se tenham destacado no contexto da responsabilidade social.
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“Dress a Girl - Missão 2020/2021”, da Associação Dress a Girl Around the World Portugal
Este projeto promove encontros de costura intergeracionais para confecionar vestidos e calções que vão, depois, ser doados a crianças de países carenciados, levando-lhes dignidade e proteção. Estes encontros proporcionam, simultaneamente, um sentido de utilidade à população sénior, combatendo o isolamento social, promovendo a sociabilidade, a partilha de saberes, a melhoria da dinâmica familiar e a promoção da saúde dos voluntários. Até hoje, o projeto entregou mais de 47 mil vestidos e 21 mil calções em 30 países dos 5 continentes. As entregas são documentadas, constituindo a principal via de motivação para quem doa o material e para os voluntários.
“Inovação e Sustentabilidade em Saúde Social no Envelhecimento (ISSSE): o Serviço Móvel de Saúde (SMS)”, da Santa Casa da Misericórdia de Marco de Canaveses
O Projeto ISSSE destina-se a pessoas com mais 65 anos e aos seus cuidadores formais ou informais, e pretende ser uma resposta integrada ao envelhecimento, por parte da SCMMC junto da população idosa fragilizada, atuando em vulnerabilidades como precariedade económica, défices nas condições de habitabilidade, isolamento social e gestão da doença crónica. O objetivo da iniciativa é contribuir para a permanência dos idosos em ambiente domiciliário através do apoio de uma equipa multidisciplinar; da formação de cuidadores, dotando-os de estratégias para melhor cuidar e da promoção da educação intergeracional para a longevidade.
“As crianças contam”, da Associação Sociedade do Bem
Num contexto de isolamento social, derivado da pandemia de covid-19, surgiu o projeto “As crianças contam” com o objetivo de, mesmo à distância, aproximar as crianças umas das outras e do mundo que as rodeia, de uma forma criativa. O projeto consiste na leitura e partilha de histórias infantis (gravadas e enviadas pelos pais/encarregados de educação) numa plataforma on-line. Através da leitura, as crianças podem tornar o dia de alguém mais colorido, devolver o sorriso a alguém que se encontre sozinho ou inspirar os outros através do seu exemplo, ao mesmo tempo que desenvolvem o gosto pela leitura, a autoconfiança, concentração e imaginação.